domingo, 22 de julho de 2007

Velhas constatações, homenagem e um pouco de pessimismo.


Há muito, muito tempo atrás num post distante cá estava eu, por uma certa tendência momentânea, escrevendo o post anterior, e assim como várias bandas têm a síndrome do segundo disco eu ando com a síndrome do segundo post, por isso para acabar logo com essa balela resolvi deixar a preguiça de lado por um tempo e escrever isto que está por vir.

Sobre Guarapuava e seus habitantes:

O que falar dessa cidade que tão bem me acolheu, de braços abertos e sem perguntar o por quê de nada? Muitas coisas!!!

Nesses últimos meses tive muitas experiências interessantes na sociedade guarapuavinski, uma delas é que eu ando percebendo que certas pessoas por aqui ainda tem uma visão um pouco limitada da vida, do universo e de tudo mais, visão essa que me deixa sempre pensando o por quê de muitas coisas, coisas essas que eu não consigo achar respostas de jeito nenhum, coisas, coisas e mais coisas!

Outra coisa que estive constatando aqui com uns amigos meus é o tamanho das calçadas por aqui, talvez esse fato possa parecer irrelevante num primeiro momento, mas realmente fica impossível você querer andar com mais três pessoas ao seu lado todas caminhando na calçada, ou tem que se fazer uma fila indiana ou senão alguém vai pro asfalto, geralmente o asfalto vence.

E se não bastasse o tamanho reduzido da área das calçadas, as poucas calçadas com um tamanho abençoado estão sujeitas a ficarem cheia de indivíduos mal encarados - maloqueiros mesmo - pois é, a pacata e calma Guarapuava parece que esta começando a virar um pequeno antro de gente dessa estirpe. Mas o progresso é isso mesmo.

E claro, não poderia deixar de falar das farmácias daqui, abriu uma na esquina de casa, e no dia da inauguração se você comprasse qualquer coisa do estabelecimento ganhava um boné, puro marketing agressivo. Agora sim, em todas as esquinas da quadra tem uma farmácia!!

E por falar em marketing, outra coisa bem notória por aqui é que os publicitários bons vão embora e só sobram os de segunda linha pra trabalhar por aqui, digo isso pela qualidade dos comerciais antes do filme no cinema que tem por aqui, cineminha legal, ambiente agradável e tal, mas as propagandas antes do inicio dos filmes, são de longe uma das coisa mais engraçadas que tem por aqui, nem vou entrar nos detalhes das propagandas para evitar assuntos trachera!!!

Mas a cidade esta indo, e eu indo no ritmo dela, geralmente me vem um sensação amarga quando acordo para ir trabalhar, mas às vezes essa sensação não aparece, sinal de que estou começando a me adaptar.

1967

E em 67, é lançado um disco de uma certa banda, que abalaria o modo de se ver uma guitarra no rock n’ roll, sim uma guitarra!!! Tudo bem em 67 foi lançado Sgt Peppers, foi lançado Piper at the Gates of Dawn, estréia dos Doors, Cream lançava Disraeli Gears, Velvet Underground estava começando, mas também um certo Are You Experience estava saindo do forno e chegando as lojas mostrando como que as coisas seriam dali pra frente, a partir dali rock n’ roll e guitarra praticamente viraram sinônimo, a partir dali estava exposto ao mundo um dos maiores ícones que a musica já produziu, a partir dali nascia o guitar hero, a partir dali o mundo conhece alguém chamado James Marshall Hendrix.



Eu só não queria deixar passar em branco isso, porque já fazem 40 anos, e em 40 anos, nada de tão extraordinário aconteceu, e até bandas que dizem pertencer ao rock n’ roll tiveram a audácia de lançar discos sem guitarra alguma, quem saiba eu seja um nostálgico, um ranzinza, mas rock sem seis cordas, não é rock pra mim, e tenho dito.

"So foul and fair a day I have not seen"

Macbeth, Ato 1, Cena 3

Primeira fala de Macbeth, na referida peça de Shakespeare, ( também utilizada por um personagem, não lembro qual, do filme Elephant).

Pois é o futuro está ai, a vida passando pelos meus olhos e eu aqui sempre com essa sensação de estar parado, de que falta algo, alguma significância para tudo isso, para tudo o que me cerca, para tudo o que sinto e o que vejo.

As vezes fico olhando as estrelas e o horizonte, toda a imensidão que essa imagem me apresenta e me pego pensando o porque de tudo isso, fico pensado o quão grande é o universo, e qual é a nossa razão de estar inserido nele, somos muito pequenos, imperceptíveis, dispensáveis, fico imaginando porque somos tão limitados, em todos os sentidos, físico e intelectualmente, por que pensamos, por que pensamos o que pensamos, qual a necessidade disso, se somos incapazes de sair daqui, se somos obrigados a viver por aqui, mesmo contra nossa vontade, se somos obrigados a viver em um mundo como esse, onde o poder é prepotente, onde poucos mandam em milhões, ninguém quer ajudar os outros, não há motivos para isso, todos querem obter vantagem, todos querem algo para si, vivemos em sociedade, uma sociedade individualista, descaracterizando o termo, um mundo que não merecia existir, mas existe, nesse enorme universo é justo nesse mundo em que vivemos, triste constatação, somos humanos.

Talvez eu esteja pessimista, ou talvez, o mundo é que seja péssimo.

Ultimamente, ando pensando igual o Kafka “somente a literatura me interessa, o resto, até conversa sobre literatura, me desagrada”, pelo menos nela ando achando um alivio.



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*bah sei la, no final fiquei meio clichê mesmo, mas eu precisava.

*pronto dois meses depois outro post.

*eu disse que nada de extraordinário aconteceu(eu acho), mas de bom aconteceram várias coisas, como o zeppelin, sabbath, um monte de bandas psicoldélicas por ai, até o nirvana.

*tentarei postar o quanto antes..... e uma coisa menos menos!!!